O uso de inoculantes para diferentes culturas e os benefícios da Integração Lavoura e Pecuária em solos arenosos serão os temas que a Embrapa Soja irá apresentar durante a da 9ª edição do Semiárido Show, evento que será realizado em formato digital, entre 23 e 25 de novembro.
O pesquisador Alvadi Balbinot, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, irá ministrar palestra sobre Integração Lavoura Pecuária em solos arenosos do Paraná durante a mesa redonda sobre Casos de Sucesso de ILPF nas Diferentes Regiões do Brasil, no dia 24 de novembro, às 14h.
Segundo Balbinot, um modelo de produção que vem demonstrando viabilidade operacional e econômica, no arenito do Paraná, por exemplo, é o que preconiza 50% da área agrícola da fazenda com pastagens na primavera/verão, principalmente formadas com braquiária brizanta ou ruziziensis, e os outros 50% com soja, enquanto no outono/inverno 100% da área é destinada ao cultivo de pastagens, pois nessa época há menor produção forrageira. Os solos arenosos têm pouca resistência ao processo erosivo e baixa fertilidade, o que favorece a degradação das pastagens, explica o pesquisador. Além disso, em sua maioria, não são realizadas adubações de correção e a manutenção necessária para que haja qualidade das forrageiras.
Inoculantes – No dia 23 de novembro, às 11h, o pesquisador Marco Antonio Nogueira ministrará palestra, durante o evento, sobre o uso de inoculantes nos sistemas de produção de feijão, soja, milho e pastagens. A Embrapa Soja coordena pesquisas que culminaram com o lançamento de tecnologias: autorização/recomendação de bactérias (rizóbios) para a cultura do feijoeiro, Azospirillum para as culturas do milho e do trigo e de pastagens com braquiárias e coinoculação de rizóbios e Azospirillum para as culturas da soja e do feijoeiro e melhoria das pastagens.
Inoculação em soja – A Embrapa Soja é uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento das tecnologias de inoculação e co-inoculação da soja, o que tem promovido grandes saltos de produtividade no campo. Em 2019, a Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) trouxe uma economia de quase 18 bilhões de dólares ao Brasil, afirma o pesquisador Marco Antonio Nogueira, que irá ministrar palestra durante o evento.
O pesquisador explica que para produzir 1 tonelada de soja são necessários cerca de 80 kg de nitrogênio. Esse nutriente é o mais requerido pela cultura e pode ser obtido gratuitamente na natureza, por meio de algumas bactérias do gênero Bradyrhizobium (rizóbios). Essas bactérias são capazes de capturar o nitrogênio da atmosfera e disponibilizá-lo para as plantas.
Coinoculação em soja – Além dos resultados positivos da inoculação anual, em soja a Embrapa lançou, em 2013, o uso de uma segunda bactéria, Azospirillum brasilense, para ser usada com o Bradyrhizobium, em um processo denominado de coinoculação. Nogueira explica que, embora o Azospirillum também seja capaz de realizar a FBN, isso ocorre em taxas muito inferiores às do Bradyrhizobium.
Nas estirpes de Azospirillum selecionadas pela Embrapa, a principal contribuição ocorre pela síntese de fitormônios que promovem o crescimento vegetal, especialmente o sistema radicular, o que favorece a nodulação e a FBN pelo Bradyrhizobium. Consequentemente, as plantas de soja coinoculadas com Bradyrhizobium e Azospirillum têm uma nodulação mais abundante e precoce e maiores taxas de FBN. “Ensaios de campo mostram que, com a coinoculação, houve um incremento médio de 16% no rendimento da soja, em relação às áreas inoculadas somente com Bradyrhizobium”, reforça o pesquisador
Inoculação em pastagens – A Embrapa Soja desenvolveu, em 2021, uma tecnologia inovadora que associa microrganismos com distintas propriedades multifuncionais (Azospirillum brasilense e Pseudomonas fluorescens) com potencial para aumentar, em média, em 22% a produção das pastagens com braquiárias, além de ampliar a absorção de nutrientes pelas plantas.
De acordo com os pesquisadores da Embrapa Mariangela Hungria e Marco Antonio Nogueira, além de incrementar a produção de biomassa pelas forragens, a inoculação com estes microrganismos incrementa a absorção de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). “O desenvolvimento dessa tecnologia de inoculação multifuncional para pastagens reforça a liderança brasileira no uso de microrganismos na agricultura”, afirmam os pesquisadores.