Caprinos: conheça as principais raças e faça a melhor escolha
Quando um produtor rural resolve se iniciar na caprino cultura, a escolha da raça é o primeiro passo a ser dado.
Geralmente, essa escolha vai depender da região onde o futuro caprino cultor se encontra, em relação ao clima e às condições de pastagem; será feita em função do tipo de atividade que se pretende desenvolver, se leiteira ou de corte; e do tipo de manejo que poderá oferecer, mais ou menos intensivo.
“De nada adiantará adquirir excelentes animais de raças altamente produtivas, mas muito exigentes em alimentação, para serem criados em pastagens naturais da caatinga, onde a rusticidade é a característica mais importante”, afirma a professora Cristiane Leal Santos, do Curso a Distância CPT Criação de Caprinos de Corte.
Algumas raças são muito sensíveis às condições climáticas e geográficas, e são menos adaptáveis às condições de uma dada região que seja muito diferente daquelas do seu habitat natural.
A escolha da raça deve, portanto, ser muito bem estudada. O caprino cultor ainda deve levar em conta que é preferível trabalhar com uma única raça, evitando-se a mestiçagem descontrolada, que é prejudicial ao desempenho do rebanho.
São muitas as raças de caprinos existentes em todo o mundo, algumas delas criadas no Brasil e que são classificadas, conforme a aptidão, em três grupos básicos: especializadas na produção de carne (raças de corte), especializadas na produção de leite (raças leiteiras) e dupla aptidão (que podem ser usadas numa das duas atividades – carne e leite – ou nas duas ao mesmo tempo).
Essas diferenças de aptidão ocorrem em função de fatores fisiológicos que determinam que as raças leiteiras de caprinos tendam a acumular menos carne, para poder converter o alimento que consomem em leite, e que as raças de corte, ao contrário, tendam a converter o alimento mais em musculatura.
Raças Nativas de Caprinos
Existem raças chamadas de nativas do Brasil, como Canindé, Moxotó e Repartida, que, na verdade, foram introduzidas e adaptadas ao nosso território, especialmente no semiárido nordestino, e que, por isso, são muito rústicas.
. Raças leiteiras
Para a produção leiteira, entre outras, são usadas no Brasil as raças Saanen, Toggenburg, Murciana e Parda Alpina. São animais que precisam de um ambiente de manejo menos rústico, para que a produção não seja comprometida.
. Raças para a produção de carne
As raças especializadas em carne mais usadas em todo o país são a Boer e a Savanna. Como raça de dupla aptidão é muito utilizada a raça Anglonubiana, usada tanto para corte como para leite.
Apesar de não serem raças totalmente especializadas na produção de carne ou leite, as raças nativas como a Canindé, a Moxotó e a Repartida merecem ser conservadas, selecionadas e utilizadas na caprinocultura de corte, pois apresentam uma importante característica: a adaptabilidade ao ambiente em que se desenvolveram.
Essa adaptabilidade vem do fato de esses animais terem passado por seleção natural intensa ao longo do tempo, em alguns casos mais de 100 anos.
A primeira possibilidade de trabalho com essas raças é a seleção pela produção, que, apesar de demorada, pode fixar nesses animais, potencial genético para a produção de carne nas condições de criação tropical.
O melhoramento genético pode ser feito em busca de carcaças de melhor qualidade, precocidade, e maior fertilidade e habilidade materna nas fêmeas.
Outra possibilidade é o uso imediato em cruzamentos com raças especializadas em corte, mas pouco adaptadas ao ambiente tropical, de maneira a aproveitar os efeitos da heterose.