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Moleque-da-bananeira: alternativas de controle

Como identificar o moleque-da-bananeira

O moleque-da-bananeira (Cosmopolites sordidus), também chamado de broca-do-rizoma ou broca-da-bananeira, é um besouro preto que mede cerca de 11 mm de comprimento e 5 mm de largura. 

Esse besouro aparece durante a noite. Durante o dia, você só vai encontrá-lo em ambientes úmidos e escuros, como touceiras, moitas e restos de plantas.

Mas o que deve te deixar atento é o aparecimento das larvas e das pupas do moleque-da-bananeira nas plantas. Elas são de coloração branca e fazem um verdadeiro estrago, abrindo galerias no rizoma. Para você saber de que parte especificamente da bananeira estamos falando, veja a foto e a ilustração abaixo:

A larva do moleque-da-bananeira abre galerias no rizoma. — Foto: José Maurício Simões Bento/ Embrapa
Partes da bananeira. — Ilustração: Élio José Alves/ Embrapa

Quais os danos do moleque-da-bananeira?

O moleque-da-bananeira é a principal praga da banana e ataca todas as variedades. A infestação dessa praga pode reduzir a produção de bananas Prata em até 30%. E na produção de bananas do grupo Nanica, que são mais suscetíveis, causa perdas de até  80%.

As galerias abertas pelas larvas do moleque-da-bananeira debilitam as plantas e as deixam mais sensíveis ao tombamento. Então fique alerta quando aparecem os seguintes sintomas: desenvolvimento limitado das plantas, folhas amareladas e secas, ausência de frutificação ou cacho mais leve que o normal, com obtenção de bananas mais curtas e finas, fora do padrão comercial.

Além disso, em plantas mais jovens, ocorre a morte da gema apical, isto é, das folhagens novas da bananeira, que dá sequência ao seu crescimento.

Como acabar com o moleque-da-bananeira

Para eliminar o moleque-da-bananeira da sua produção, o ideal é utilizar mudas sadias para o plantio, pois a principal forma de disseminação da praga é por meio de mudas infestadas.

Por isso, todo cuidado é pouco na hora de escolher as mudas para o transplantio. Dessa forma, realize uma inspeção rigorosa dos rizomas, fazendo o descortinamento (limpeza), com o objetivo de remover ovos e larvas presentes. E se você encontrar mudas já seriamente comprometidas pelas galerias abertas pelas larvas, descarte-as imediatamente. 

Depois, retire rapidamente as mudas selecionadas e limpas para a nova área de plantio. Isso evitará a reinfestação. 

Além disso, antes do transplantio das mudas, faça a imersão delas em água a 54°C durante 20 minutos. Se você for plantar em áreas onde você já sabe que há plantas infestadas com o moleque-da-bananeira, vale a pena utilizar calda de inseticida nessa fase ou então aplicar inseticida granulado na cova de plantio.

Armadilhas para moleque-da-bananeira

Além da escolha bem feita das mudas, uma excelente alternativa de controle do moleque-da-bananeira é o uso de armadilhas com iscas atrativas para reduzir a população de insetos na área de cultivo.

Veja como fazer as armadilhas mais utilizadas:

Armadilhas tipo queijo ou telha

Armadilha tipo telha. — Foto: Ana Lúcia Borges/ Embrapa
Armadilha tipo queijo. — Foto: Cecília Helena Silvino Prata Ritzinger

As armadilhas tipo queijo ou telha são amplamente utilizadas para medidas de monitoramento e controle do moleque-da-bananeira. Ambas são feitas com o mesmo material, que é o caule (ou pseudocaule) de bananeiras colhidas num período igual ou menor que 15 dias.

Mas a diferença está na forma de utilização do caule. Em armadilhas tipo telha, você vai precisar cortá-lo de forma que retire uma parte de cerca de 60 cm, partindo-o ao meio na vertical , ou seja, “de comprido”. Depois é só colocar essa parte junto ao pé de uma bananeira, com o interior do caule virado para baixo.

Já em armadilhas tipo queijo, você vai cortar o caule a cerca de 30 cm do solo, realizando uma fissura ao meio, isto é, a cerca de 15cm do solo. 

E qual tipo de armadilha é melhor? Com certeza é a tipo queijo, pois a planta continua recebendo seiva, o que a torna 10 vezes mais eficiente que a armadilha tipo telha.

Entretanto, vale a pena aproveitar bem o caule, utilizando os dois tipos de armadilha. Mas atenção! Lembre-se de trocá-las a cada 15 dias! Isso é o que garante a eficiência do monitoramento.

Como fazer o monitoramento

Para o monitoramento dos insetos-praga, você vai precisar de 20 armadilhas por hectare. E o manejo é muito simples: realize a catação manual e a exterminação dos insetos 1 vez por semana.

Controle

Se a média de insetos coletados por semana for muito grande (maior que 5 insetos por isca para variedades tipo Prata, por exemplo), é necessário realizar o controle.

Sendo assim, você vai precisar de pelo menos 40 armadilhas por hectare. Nessas armadilhas, você vai adicionar inseticida. 

E uma excelente alternativa é o uso de inseticidas naturais.

Outra alternativa é o uso de inseticida biológico à base do fungo entomopatogênico (Beauveria bassiana), que é muito prático porque dispensa a coleta de insetos. O fungo age por contato e os insetos contaminados demoram de 7 a 10 dias para morrer após a aplicação do produto. Além disso, depois de mais alguns dias, há o aparecimento da massa branca externa ao corpo do inseto, que espalha o fungo para insetos sadios.

Moleque-da-bananeira contaminados com fungo. — Foto: Nilton F. Sanches/ Embrapa

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E continue nos acompanhando! Bons lucros e até a próxima!

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