Nosso Blog

Saiba os prejuízos e como evitar diarreias em bezerros, mais frequentes em épocas de chuva

Entre os problemas comuns no verão estão as diarreias que afetam os bezerros tanto nas produções de corte quanto de leite. O clima é um dos principais fatores que contribuem para a intensificação da diarreia nesses animais, mas outros fatores, como nutrição e manejo, podem contribuir para a ocorrência.

A relação das diarreias em bezerros com os períodos de chuva e calor é bastante íntima, como explica o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, médico veterinário Raul Mascarenhas. “Calor e umidade são fatores fundamentais para manutenção de microrganismos no ambiente, principalmente a umidade. Por isso, na época das chuvas o ambiente torna-se mais desafiador à saúde dos animais, ao possibilitar uma maior carga microbiana”, destaca.

E são esses agentes microbianos os principais causadores dos distúrbios dessa ordem nos bezerros. Os fatores que acarretam diarreia em bezerros estão “relacionados ao clima, como a umidade ambiental, pela razão da presença de microrganismos; fatores relacionados à proteção do animal como a existência de um sistema imunológico imaturo do neonato e a quantidade e qualidade do colostro que foi ingerido; e os fatores relacionados ao patógeno, como qual é o microrganismo mais presente no ambiente e sua carga”, destaca.

O pesquisador da Embrapa frisa ainda que a quantidade de microrganismos ambientais está relacionada às medidas de manejo do piquete maternidade e dos pastos que irão receber os animais jovens. “Em caso de bezerros aleitados artificialmente, a qualidade do leite, as medidas de higiene adotadas e a qualidade da rotina de aleitamento também irão afetar a quantidade de casos de diarreia nos bezerros. Outros fatores ligados à vacinação da fêmea gestante ao fim da prenhez e a vacinação dos bezerros a partir dos três meses de vida também influenciam na ocorrência de diarreias”, acrescenta.

E são vários os problemas que as diarreias causam nos bezerros de corte e leite e que podem perdurar pela vida toda do animal. “Retardo no crescimento e os óbitos são os problemas mais visíveis e de curto prazo, mas se pensarmos que em uma diarreia agressiva a mucosa intestinal do bezerro acometido será substituída por tecido de cicatrização, consequentemente, será reduzida a superfície de absorção de nutrientes e podemos concluir que episódios de diarreia podem afetar o desempenho produtivo do animal no resto de sua vida. Isso é: redução da produção de leite e carne no futuro. A depender do patógeno envolvido, uma diarreia também pode evoluir para pneumonias e septicemia requerendo tratamentos diferenciados”, pontua o médico veterinário Raul Mascarenhas. Além disso, ele lembra de outros prejuízos, causados com a compra de medicamentos para o tratamento dos animais.

Para piorar, diarreias deixam os animais mais estressados. “Com relação ao bem-estar, além da doença física que os animais irão apresentar, as injeções e aumento da manipulação dos animais realizados durante o tratamento podem causar estresse aos animais”.

Como evitar e como tratar

Para evitar as diarreias ou ao menos reduzir a incidência em bezerros das fazendas brasileiras, o pesquisador orienta para um controle eficiente que começa na antes prenhez e se estende até os animais novos já a campo. “Fazer vacinações pré-parto, controlar a lotação animal dos piquetes maternidade e berçário, evitar acesso de animais adultos aos pastos que receberão os bezerros e as fêmeas gestantes meses antes do início dos partos no caso de gado de corte, aterrar ao redor dos bebedouros para ajustar a sua altura e possibilitar o acesso dos bezerros e fazer o creep-feeding são medidas que evitam e ajudam na recuperação dos animais”, orienta o pesquisador.

Para fazer o correto tratamento das diarreias em bezerros é preciso seguir as orientações de profissional especializado, mas frisa a importância de manter o animal bem hidratado durante esse processo. “Respeitar o esquema de tratamento prescrito pelo médico veterinário no que se refere aos momentos de aplicações dos medicamentos, a via de administração e dosagem. Manter o animal hidratado, realizando a aplicação de solução fisiológica ou ringer com lactato no caso de desidratações graves. Não demorar para iniciar o tratamento, assim como não interromper o tratamento antes dos cinco dias mesmo se houver melhora total do quadro clínico. A hidratação do animal doente é um ponto fundamental. Administrar soro oral contendo sal, açúcar e bicarbonato de sódio e/ou soro injetável precisa ser feita tanto em bezerros leiteiros como de corte”, acrescenta Raul Mascarenhas.

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!
Abrir bate-papo
Olá 👋
Toque para falar conosco no whatsapp?