Durante anos, vem-se tentando melhorar a eficiência da fermentação ruminal, ou seja, aumentar a produção de ácido propiônico e diminuir as perdas na forma de gás metano, na proteólise e na desaminação das proteínas ruminais, com o objetivo de melhorar a eficiência produtiva (produtividade) dos ruminantes e ainda diminuir a incidência de timpanismo.
Ionóforos: Modo de ação, tipos e diferenças
A descoberta de compostos que controlam o metabolismo, aumentando a eficiência de utilização de alimentos e proporcionando uma maior produção animal, deu origem a uma nova classe de substâncias denominadas de aditivos alimentares. O Ministério da Agricultura define aditivo como substância intencionalmente adicionada ao alimento com a finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudique seu valor nutritivo.
Os ionóforos são aditivos amplamente utilizados nas dietas de bovinos de corte e de leite, que proporcionam melhorias significativas no desempenho dos animais.
São antimicrobianos que inibem seletivamente o crescimento de microrganismos. Em geral, eles alteram o fluxo de íons monovalentes pela membrana das bactérias gram-positivas causando sua lise, e consequentemente, proporcionando alteração da fermentação e dos produtos da digestão microbiana.
Todas as bactérias existentes, incluindo as ruminais, são classificadas em dois grandes grupos: gram-positivas e gram-negativas. A diferença no modo de ação dos ionóforos nesses microrganismos se deve à diferença entre as membranas celulares das bactérias dos dois grupos.
As gram-negativas possuem uma parede celular e uma membrana externa de proteção com canais (orifícios que ligam o meio intracelular ao extracelular). Já as bactérias gram-positivas apresentam apenas uma membrana porosa, não seletiva, sendo mais sensíveis à ação dos ionóforos. As bactérias ruminais tem fatores de resistência presentes na estrutura da parede celular, e esta é responsável por regular o balanço químico entre o meio interno e externo da célula, mantido por um mecanismo chamado de bomba iônica. O ionóforo, ao se ligar ao cátion de maior afinidade, transporta-o através da membrana celular para dentro da bactéria. E esta, por meio do mecanismo da bomba iônica, na tentativa de manter sua osmolaridade, utiliza sua energia, de forma excessiva, até deprimir suas reservas, o que afeta o crescimento das bactérias gram-positivas e favorece o das gram-negativas.
Os diferentes ionóforos têm modo de ação comum, com pequenas diferenças, como a especificidade por cátions e a capacidade de atingir determinadas concentrações ruminais. Cada ionóforo é capaz de se ligar, conforme seu tamanho, com um cátion apropriado. A monensina tem forte preferência por sódio e não se liga a íons bivalentes, enquanto que a salinomicina tem maior afinidade por potássio, mas tem pouca afinidade por íons bivalentes. A lasalocida tem afinidade por cátions bivalentes em adição aos cátions monovalentes, sódio e potássio.
O mecanismo de ação dos ionóforos, então, se dá primeiramente pela alteração na microbiota ruminal que, consequentemente, leva a um segundo mecanismo de ação, definido como sistêmico, que afeta a resposta animal, incluindo melhora do metabolismo energético e proteico. O incremento da participação de bactérias gram-negativas no rúmen altera os produtos finais da fermentação, pelo aumento da proporção de propionato e pela redução das proporções de acetato e butirato. Os benefícios da ação biológica dos ionóforos aos bovinos incluem aumento da eficiência do metabolismo energético e proteico das bactérias ruminais e do animal e diminuição de desordens digestivas resultantes da fermentação ruminal anormal.
Efeitos provocados pelo uso de ionóforo :
Aumento da produção de propionato Redução da produção de acetato
Aumento da relação propionato/acetato Redução da produção de metano
Redução da degradação proteica no rúmen
Melhor aproveitamento da proteína no intestino Redução do “turnover” ruminal
Redução da produção de lactato pH ruminal mais elevado
Em dietas de alto grão, redução de consumo
Em dietas de baixo grão, aumento de consumo ou não alteração
Diminuição da concentração ruminal de amônia
Em dietas de alto grão, manutenção do ganho de peso e melhoria da conversão alimentar
Em dietas de baixo grão, aumento do ganho de peso
Estabilização de consumo ao longo do dia
De forma geral, independente dos efeitos de ganho de peso ou no consumo de matéria seca, a utilização de ionóforos proporciona um aumento de aproximadamente 7% na conversão alimentar e, consequentemente, aumento da receita líquida por hectare.
Em diversos estudos, verificou-se que em dietas com altas proporções de volumosos, entre 80 e 90%, com a adição de 30 ppm de monensina, ocorre um aumento significativo de ganho de peso, na ordem de 14%. O consumo de matéria seca apresenta pequenos aumentos (3%), com isso a melhoria na conversão alimentar é muito expressiva, sendo de 15% em média.
Esses aditivos trazem diversas vantagens e, com a estratégia de suplementação correta, podem maximizar a eficiência produtiva da propriedade. A Solo Fértil traz diversos produtos com esses aditivos, garantindo o melhor produto para todos os tipos de dieta, categoria animal e nível de produção.
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