Ocultivo de morangueiro no Brasil possui destaque por empregar um número significativo de mão-de-obra, muitas vezes familiar, assim como pela importante fonte de vitaminas. A produção manteve um ritmo de crescimento acelerado, acompanhando o aquecimento do mercado interno, no entanto as exigências dos consumidores em relação à sanidade e à qualidade das frutas também aumentaram. Visando atender esta demanda, muitos produtores estão migrando do sistema de cultivo no solo, para o cultivo em ambiente protegido, fora do solo, que também é chamado de semi-hidropônico, ou hidropônico com substrato. Este sistema, permite uma melhoria na qualidade de vida das pessoas, uma vez que melhora a ergonomia de trabalho. Outro fator importante é a redução de problemas relacionados a patógenos, principalmente fungos fitopatogênicos, presentes no solo, o que minimiza o uso de agrotóxicos.
Desafios do sistema semi-hidropônico
Contudo, novos problemas surgem neste sistema semi-hidropônico, o que exige um constante monitoramento do ambiente, desde a implantação do sistema de produção até o final. Um exemplo, é a ocorrência de larvas de fungus gnats. O grupo fungus gnats é composto por diversas famílias, sendo que no Brasil, a família Sciaridae é a mais encontrada importunando os cultivos. Dentro desta família tem-se diversas espécies que ocorrem associadas a plantas em viveiros e casa-de-vegetação com flores, mudas de cana-de-açúcar recém brotadas (MPB), assim como em morangueiro semi-hidropônico.
Estudos estão sendo conduzidos no Brasil, com intuito de elucidar quais as espécies que estão acometendo as produções, no entanto o comportamento destas é semelhante, com preferência por ambientes ricos em umidade e matéria orgânica, o que é encontrado nestes sistemas mencionados acima, com cultivo em substrato.
Aspectos bioecológicos
Os adultos possuem uma longevidade baixa, executam vôos rasteiros sobre as bancadas, quando as fêmeas fazem a postura no substrato e sistema radicular das plantas de morangueiro, podendo neste momento ocasionar danos indiretos através da disseminação de fungos. Cada fêmea pode colocar em média 150 ovos, dos quais eclodem as larvas com menos de 0,5mm, no primeiro instar, e entre 5-6mm no quarto e último instar. Durante a fase larval (10-14 dias), que ocorrem os danos diretos, quando as larvas se alimentam do tecido vegetal, como as raízes e coroa das plantas de morangueiro. No entanto, danos indiretos também ocorrem, uma vez que as larvas podem disseminar inóculos de fungos além de, no processo de alimentação abrir entrada para fungos no sistema radicular das plantas.
Danos
Os danos ocasionados pelas larvas, são problema principalmente na fase de enraizamento das plantas, quando as mudas de morangueiro estão mais susceptíveis ao ataque, o que exige a instalação de armadilhas adesivas amarelas desde o transplante para monitorar a ocorrência do inseto.
A identificação dos danos ocasionados pelas larvas é difícil, uma vez que, as larvas adentram na coroa das plantas e os sintomas são observados nas folhas, os quais muitas vezes são confundidos problemas fúngicos. Sendo assim, é necessária uma observação bem cuidadosa do sistema radicular e coroa, assim como monitorar desde o início do transplante com a instalação de armadilhas adesivas amarelas nas bancadas.
O manejo destes insetos, independente da espécie, pode ser realizado com a adoção de medidas que dificultam o estabelecimento das larvas. Quer saber como eliminar o fungus gnats ? clique no botão abaixo e descubra.