O greening, também conhecido como huanglongbing e HLB, ataca todos os tipos de citros e não há cura para as plantas doentes.
As árvores novas afetadas não chegam a produzir e as adultas em produção sofrem uma grande queda prematura de frutos e definham ao longo do tempo. A bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus é atualmente a principal causadora da doença no Brasil, presente em mais de 99% das plantas doentes.
Logo no início, quando o greening foi detectado no país, a bactéria Candidatus Liberibacter americanus era a principal, mas ela perdeu importância ao longo do tempo afetando hoje menos de 1% das plantas doentes. As causas da sua redução são as menores taxas de transmissão e maior sensibilidade a altas temperaturas.
As bactérias do greening são transmitidas pelo psilídeo Diaphorina citri, inseto de coloração branca acinzentada e manchas escuras nas asas, com comprimento de 2 a 3 mm, e muito frequente nos pomares nas épocas de brotação das plantas. O controle do greening exige o plantio de mudas sadias, a eliminação das plantas doentes e o controle do psilídeo.
A eliminação das plantas é obrigatória por lei. A multa para o citricultor que não as elimina varia de 501 a 3.500 UFESPs (o valor da UFESP em 2018 é de R$ 25,07).
Encontrado pela primeira vez na Ásia há mais de 100 anos, o greening foi identificado no Brasil em 2004, nas regiões Centro e Leste do Estado de São Paulo. Hoje, está presente em todas as regiões citrícolas paulistas e pomares de Minas Gerais e Paraná, além de Argentina e Paraguai, na América do Sul, em quase todos os países da América Central e Caribe, e México e Estados Unidos, na América do Norte.
Os pomares com alta incidência da doença e sem o adequado controle do inseto vetor representam uma séria ameaça aos pomares vizinhos, porque as plantas doentes servem como fonte da bactéria, que será adquirida pelos psilídeos ao se alimentarem ou se reproduzirem nelas. Ao se alimentarem em plantas sadias, os insetos disseminam a bactéria e a doença pelo próprio pomar e para outras propriedades da região.
De acordo com a Instrução Normativa nº 53, publicada pelo Ministério da Agricultura em outubro de 2008, o produtor deve inspecionar e eliminar as plantas com greening. As inspeções devem ser feitas pelo menos a cada três meses e os resultados encaminhados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado por meio de relatórios semestrais. Talhões com incidência superior a 28% de plantas com sintomas devem ser totalmente eliminados.
O psilídeo passa por seis estágios de desenvolvimento de ovo a adulto. Ele adquire a bactéria ao se alimentar nas plantas doentes e a transmite ao se alimentar nas sadias. Tanto a aquisição quanto a transmissão da bactéria ocorrem depois de 15 minutos de alimentação, mas quanto mais tempo ele se alimenta, maiores são as taxas. A aquisição também é maior quando o psilídeo está na fase de ninfa, e a transmissão maior em brotos do que em folhas maduras. Por isso é que não se deve deixar plantas doentes no pomar. Praticamente todos os psilídeos que se alimentarem e reproduzirem nela irão disseminar a bactéria da doença. O correto é eliminar a árvore com greening onde quer que ela esteja localizada no pomar e tão logo seja encontrada. Como o psilídeo prefere brotações para se alimentar e reproduzir, a única maneira de proteger uma planta sadia de ficar doente é pulverizá-la com inseticidas. E a aplicação deve ser constante devido ao rápido crescimento dos brotos. É importante lembrar que a bactéria também pode ser transmitida pela enxertia de borbulhas infectadas em plantas sadias e que mudas contaminadas pelo greening são um importante meio de disseminação da doença. Por esse motivo, é necessário que tenham procedência idônea e sejam produzidas em viveiros telados. Diferente da bactéria do cancro cítrico, a bactéria do greening não é disseminada por sementes, vento, água ou qualquer instrumento agrícola.
Sintomas:
Os sintomas do greening podem ser vistos durante o ano todo, com maior frequência entre o final do verão e o início da primavera. Primeiramente, observa-se a presença de um ou mais ramos com folhas amareladas, quando jovens, e mosqueadas, quando maduradas. O mosqueado se caracteriza por manchas irregulares no limbo foliar, que alternam gradativamente entre o verde e o amarelo, sem simetria entre as duas metades da folha. As folhas afetadas tendem a cair e em seu lugar surgem novas brotações pequenas com folhas na posição vertical, como “orelhas de coelho”. Em alguns casos, a nervura da folha fica grossa e mais clara (amarelada), podendo também ficar áspera (corticosa).
Os frutos de ramos com sintomas do greening não amadurecem normalmente, adquirem uma coloração verde clara manchada e caem precocemente. Geralmente, ficam deformados, pequenos e assimétricos em relação à columela central. Na região de inserção do pedúnculo, observa-se uma coloração alaranjada. Ao cortar o fruto, é possível verificar internamente filetes alaranjados na columela a partir da região do pedúnculo, sementes abortadas (necrosadas) e o albedo (parte branca da casca) com espessura maior que a de um fruto sadio. O suco das frutas doentes tem sabor mais ácido, menos doce e mais amargo.
Em plantas novas, a árvore fica toda comprometida em um ou dois anos. Plantas mais velhas podem levar de três a cinco anos para serem tomadas pelos sintomas.
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