A adubação da pastagem é uma técnica que pode corrigir e potencializar os nutrientes do solo, permitindo que as espécies forrageiras atinjam seu máximo potencial de crescimento
Estamos no período do ano mais favorável para o crescimento e desenvolvimento de forrageiras, o período das águas, porém, devido à baixa fertilidade do solo, o potencial produtivo pode ficar comprometido.
O desempenho dos animais à pasto depende da quantidade e da qualidade da forragem, no entanto a produção é afetada pelas características do solo (estrutura e fertilidade) e pelas condições climáticas (temperatura, luz e precipitação).
Quanto maior a taxa de crescimento de uma determinada espécie, maior será a dependência da fertilidade do solo, consequentemente da adubação da pastagem.
Vale lembrar que parte dos nutrientes extraídos quando os animais consomem forragem são convertidos em produto (carne/leite). Outra parte é devolvida naturalmente ao solo pela decomposição da urina, das fezes e forrageiras não consumidas.
Então você pecuarista que pretende reformar pense e se questione:
Há quantos anos você tem tirado do seu solo os nutrientes e não os repõe?
O solo não é uma fonte inesgotável de nutrientes para as plantas, sejam macro (cálcio, fósforo, potássio, enxofre, magnésio e nitrogênio) ou micronutrientes (cobre, ferro, manganês, zinco, boro, molibdênio e cloro) como erroneamente alguns possam imaginar.
Portanto é indicado que uma análise do solo seja feita, pois as perdas de nutrientes são maiores quando:
– Há pouca matéria orgânica no solo
– Alta proporção de solo descoberto e pouca vegetação
– Pastagens mal manejadas, principalmente quando ocorre super pastejo.
Após análise realize a adubação da pastagem, que pode ser corretiva, produtiva, ou de sistema.
Entenda as três perspectivas:
1. Adubação de sistema
Antecipação da adubação que seria feita na semeadura da lavoura para a semeadura da pastagem, promove a produção e aumento de pastagens explorando os nutrientes deixados pelos animais a pasto.
2. Adubação corretiva
Tem como objetivo suprir as deficiências do solo, ajustar os nutrientes a partir do laudo obtido na análise do solo.
3. Adubação produtiva
Feita após ajuste dos nutrientes limitantes, objetiva aumentar a produção da forrageira, aumentando a taxa de crescimento da planta, que muitas vezes está associada à aplicação de nitrogênio na área.
Ao usar nitrogênio para adubação da pastagem, as plantas elevam o teor de proteína e taxa de crescimento, aumentando assim a produção de forragem, permitindo ao pecuarista trabalhar com taxas de lotação animal maiores.
Além do nitrogênio é importante falar sobre a calagem, que equilibra o pH do solo, permitindo que as plantas absorvam os nutrientes disponíveis.
A calagem deve ser jogada em toda a cobertura da área, sempre em pasto baixo, para facilitar a distribuição no solo e a entrada de água da chuva, já que ela somente terá efeito com a umidade.
A adubação da pastagem em si, devolverá ao solo os nutrientes que as plantas absorveram e são exportados pelos animais (carne, leite, lã etc), além dos que foram lixiviados.
Portanto, para manter a produtividade do pasto, é necessário repor os nutrientes com a adubação da pastagem.
No entanto, devemos lembrar que medidas corretivas são apenas parte das condições necessárias para o sucesso do sistema de produção de pastagens, sendo, a escolha da forragem e o manejo correto, essenciais.
Adubação da pastagem e a suplementação animal são estratégias que devem ser tidas como complementares para maior lucratividade.