Os aditivos podem ser definidos como ingredientes dietéticos que têm a finalidade de produzir resposta favorável, contribuindo para um melhor desempenho e sanidade animal, seja a partir de aumentos quantitativos e/ou qualitativos dos nutrientes disponíveis ou na eficiência de utilização destes nutrientes.(COSTA et al.,2012).
Os ruminantes são animais capazes de aproveitar e fazer a digestão de nutrientes de origem vegetal, como as forragens. Isso só é possível devido a relação mutuamente vantajosa que os microrganismos presentes no rúmen de bovinos de leite apresentam. A forragem fornecida ao animal é ingerida e fermentada pelos microrganismos, ou seja, a forrageira serve de alimento para bactérias, protozoários e fungos e consequentemente os mesmos devolvem ao animal nutrientes, todos devido a fermentação. A degradação do alimento tem que seguir uma ordem de equilíbrio de nutrientes, como proteína degradável no rúmen, vitaminas, minerais, porque assim tanto a vaca, quanto os microrganismos vão ser bem alimentados. (GARCIA, 2016).
Os aditivos são substâncias orgânicas ou inorgânicas que são adicionados ao alimento do ruminante com alguns objetivos, ou seja, para fermentação ruminal ou proteção da saúde do animal, que pode se resumir em melhorar o crescimento microbiano, reduzir, eliminar ou modificar os processos ineficientes de digestão e diminuir, retirar ou alterar os processos prejudiciais a vaca (animal hospedeiro). (GARCIA, 2016).
Existe no mercado grande quantidade de aditivos alimentares, registrados para utilização na alimentação de vacas leiteiras. (COSTA et al.,2012). Diante disso podemos mencionar sais aniônicos, adsorventes de micotoxinas, colina protegida e niacina, biotina, que são os aditivos que atuam diretamente na sanidade animal, e tamponantes, ionóforos, probióticos, leveduras e óleos essenciais, que, atuarão na fermentação ruminal, ora favorecendo condições de crescimento para bactérias benéficas, e ora excluindo bactérias maléficas ao sistema fermentativo. (GARCIA, 2016).
Sais Aniônicos
Os sais aniônicos acidificam o metabolismo do animal, assim aprimorando os níveis de cálcio no sangue, estimulando a mobilização e absorção do Ca no intestino delgado. É utilizado no período pré-parto (30 dias antes do parto), e prevenirá casos de hipocalcemia e retenção de placenta. (GARCIA, 2016).
Adsorventes de Micotoxinas
São substâncias inertes por todo o trato gastrointestinal do animal, que tem o intuito de “ligar e arrastar” prováveis micotoxinas (Aflatoxina, DON, Zearalenona, etc.) presentes em alimentos “ardidos”, com fungos, como as silagens e grão mofados. Excluindo estes compostos, haverá um crescimento em ganho de peso, produção leiteira e, sobretudo na reprodução dos animais. (GARCIA, 2016).
Colina e Niacina
Seu uso tem como objetivo diminuir a formação do quadro de “fígado gorduroso”, que é muito comum em vacas com escore corporal acima do normal que, ao parir, concentram a gordura corporal para prover energia no balanço energético negativo, sobrecarregando o fígado. O uso de colina e niacina pode prevenir os casos de cetose em vacas recentemente paridas. (GARCIA, 2016).
Biotina
A biotina é uma vitamina do complexo B, sintetizada por microorganismos do rúmen, está envolvida com o metabolismo energético e, segundo alguns estudos, pode resultar em aumento na produção de leite.(CORREA, 2017).
A biotina faz com que se previne problemas com casco . Estudos indicam que a dosagem de 20 mg/dia de biotina é suficiente para os benefícios em dureza dos cascos e produção leiteira incrementada. (GARCIA, 2016).
Tamponantes
Tamponantes neutralizam os ácidos presentes na dieta, produzidos na fermentação ruminal ou secretados durante a digestão. Em geral, algumas situações podem promover redução do pH ruminal: dietas com alta proporção de alimentos concentrados e forragens finamente moídas. (CORREA, 2017). Em rebanhos leiteiros, o tamponante que mais se utiliza é o bicarbonato de sódio, utilizado na suplementação de animais de alta produção, com o objetivo de controlar a queda de pH e reduzir os casos de acidose ruminal e outras doenças. (COSTA et al.,2012).
Ionóforos
Antibióticos que selecionam bactérias, neste caso as produtoras de ácido lático e metano, são eliminadas do ambiente ruminal, melhorando os casos de acidose ruminal e incrementando a eficiência energética do sistema, fazendo com que o animal produza mais leite. (GARCIA, 2016). Entre os ionóforos mais utilizados em dietas para bovinos leiteiros a monensina é o mais comum, estando presente no mercado de insumos para a alimentação animal e com grande volume de pesquisas para validar suas atividades benéficas. (COSTA et al.,2012).
Probióticos e leveduras
São compostos metabólicos e/ou organismos vivos que favorecem o crescimento microbiano ruminal, ora eliminando compostos tóxicos (lactato), ora melhorando o ambiente ruminal. (GARCIA, 2016). As enzimas dos compostos auxiliam e mostram um maior desempenho na degradação dos nutrientes da alimentação, ajudando no aumento do potencial produtivo e reprodutivo dos animais. Alguns estudos tem mostrado os efeitos positivos em vacas com estresse calórico. (GARCIA, 2016).
Óleos essenciais
Polímeros de ácidos graxos são tóxicos para algumas bactérias presentes no rúmen, principalmente os produtos de metano. Seu uso tem incrementado a digestão fibrosa e redução na produção de metano pela fermentação, incrementando a produção dos animais. (GARCIA, 2016).
Portanto, os aditivos são usados para ajustar alguns pontos como: fermentação ruminal, digestão e absorção de nutrientes. Existem inúmeros aditivos no mercado, e sua escolha deve ser feita levando em consideração o problema, para que servira o uso do mesmo, e qual a resposta esperada, ou seja, se vai ocorrer modificações após a utilização do respectivo aditivo.