7 Plantas que podem intoxicar as vacas leiteiras
Para evitar prejuízos, é importante que o produtor leiteiro tenha conhecimento das principais plantas tóxicas para bovinos:
1- Tetrapterys Multiglandulosa spp. (Acutifolia, Ramiflora)
Nomes vulgares: Cipó-preto, Cipó-ruão, Cipó-vermelho;
- Presente em todos os estados da região Sudeste;
- Mais no período da seca;
- Brotos apresentam boa palatabilidade.
Sinais clínicos: Edema de barbela e na região esternal, jugular com pulso positivo, aborto, relutância do animal em andar, emagrecimento progressivo, fezes ressequidas.
2- Solanum Malacoxylon (variedade glabra e pilosa).
Nome vulgar: Espichadeira.
- Bovinos acima de 15 meses;
- Encontrada no pantanal do Mato Grosso;
- Calcificação distrófica no endocárdio, artérias, tecidos moles e tendões;
Sinais clínicos: Emagrecimento progressivo, pelos ásperos, sinais de fraqueza, abdômen retraído, dificuldade de locomoção e andar rígido, apoio das pinças dos cascos no chão, insuficiência cardíaca e respiratória, caracterizadas por cansaço e dispneia, decúbito, arritmias cardíacas.
3- Mascagnia (Pubiflora, Rígida, Coriacea, Elegans).
Nomes vulgares:
– Mascagnia pubiflora: corona, timbó, cipó-prata;
– Mascagnia rigida: tingui, salsa-rosa, péla-bucho, quebra-bucho;
– Mascagnia coriaceae: suma-roxa, suma, quebra-bucho;
– Mascagnia elegans: rabo-de-tatu;
- Encontrada nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo;
- Boa palatabilidade;
- Quando a planta está brotando, a toxicidade é maior;
Sinais clínicos: Relutância em levantar e caminhar, tremores musculares, quedas, movimento de pedalagem, convulsões, morte. O animal pode ter alterações cardíacas e neuromusculares de evolução superaguda, com morte súbita.
4- Palicourea marcgravi. ATENÇÃO!
Nomes vulgares: Cafezinho, erva-de-rato, erva-café, café-bravo;
- Planta que mais mata bovinos no Brasil (80% dos casos);
- Ampla distribuição, exceto na região Sul;
- Apresenta alta palatabilidade;
- Efeito cumulativo;
Sinais clínicos: Desequilíbrio do trem posterior, tremores musculares, movimentos de pedalagem, dispneia, membros distendidos, taquicardia, convulsão e morte; Os sinais aparecem em poucas horas após a ingestão da planta (5 a 24 horas) e apresentam um quadro superagudo (o animal pode morrer em 1 a 15 minutos).
5- Cestrum (Axillare, Parqui, Corymbosum, Sendtenerianum).
Nomes vulgares: Coerana, dama-da-noite, canema, anilão, maria-preta, pimenteira.
- Encontrada em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Santa Catarina;
- Causa intoxicação aguda
- Parte tóxica da planta: folhas e frutos.
Sinais clínicos: Apatia e anorexia, narinas secas, pelos arrepiados, ranger de dentes, andar relutante, sonolência. Quando em pé, o animal mantém a cabeça baixa ou apoiada em obstáculos, isolamento, diminuição dos movimentos do rúmen, salivação abundante, agressividade, hiperexcitabilidade, tremores musculares, decúbito esternal, movimentos de pedalagem, extremidades frias.
6- Pteridium Aquilinum.
Nomes vulgares: Samambaia, samambaia-do-campo, samambaia-das-taperas;
- Encontrada em lugares de maior altitude em solos ácidos e arenosos;
- Tóxica verde ou seca e tem poder cumulativo;
Sinais clínicos: pêlos arrepiados, perda de peso e andar cambaleante, tristeza, hemorragias cutâneas e das cavidades naturais, edema de garganta, aumento da temperatura corporal, palidez das mucosas, petéquias e hematúria intermitente.
7- Ricinus Communis.
Nomes vulgares: Mamona, carrapateira, palma-de-cristo, regateira.
- A intoxicação natural pela planta tem sido registrada na região nordeste, devido à fome;
- Não possui efeito cumulativo;
Sinais clínicos: inquietação, andar desequilibrado, necessidade de deitar após certa marcha, tremores musculares, sialorreia, eructação excessiva, atonia ruminal, diarreia sanguinolenta, dores abdominais, anorexia, incoordenação, insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda.
Recomendações
É importante que o produtor verifique toda área de pasto para verificar se existe a presença de algum tipo de planta tóxica. Caso seja identificada, é preciso:
- Retirar o rebanho da área;
- Fazer o isolamento da área;
- Tratar os animais;
- Fazer a erradicação das plantas.