Nas regiões produtoras da soja do Brasil, é preciso ter cautela. Atualmente, os produtores monitoram o mercado em preparação para a safra 2024/25. No sul do Piauí, o gerente de um grupo de fazendas, João Victor Brugnera, destaca que os preços da soja recuaram em relação à última safra, gerando preocupações. Embora alguns custos estejam travados, muitos insumos já foram adquiridos, com parte do pagamento prevista para o próximo ciclo.
Na safra 2023/24, a produtividade média nas fazendas gerenciadas por Brugnera foi de 67 sacas por hectare, e há um esforço para repetir ou superar esse resultado no próximo ciclo. O cenário de oferta para o próximo ano traz desafios, tornando essencial que os agricultores adotem uma abordagem cautelosa e estratégica.
Um ponto importante é a necessidade de medidas que possam ser adotadas pelos produtores ao longo dos anos para diminuir custos. “Se você trabalhar o solo adequadamente, conseguirá uma rentabilidade média que ajuda a sobreviver nesse mercado desafiador”, explica uma especialista em mercado, Ana Paula Lod.
A analista também aponta que, do ponto de vista mundial, a produção da soja deve superar o consumo, resultando em preços pressionados. A combinação de uma produção robusta e incertezas na demanda, especialmente em relação à economia da China, contribui para essa situação.
Além disso, a baixa do dólar tem impactado o valor da soja no Brasil. Um dos fatores que evita uma desvalorização maior do grão é a demanda aquecida por seus derivados, como o óleo da soja, utilizado na fabricação de óleo de cozinha e biodiesel.
Para a safra 2023/24 e até a 2024/25, a comercialização antecipada tem sido mais lenta em comparação com anos anteriores. Esse movimento é reflexo de um cenário de preços mais pressionados, que limita as expectativas de venda.
Os produtores, portanto, precisam se adaptar a esse novo cenário, mantendo a cautela e buscando estratégias para garantir a rentabilidade em um mercado cada vez mais desafiador.
Fonte: Canal Rural