O edema de úbere é o acúmulo de fluido linfático no espaço intersticial da glândula mamária, uma desordem metabólica muito comum nas vacas no periparto. A alta vascularização da glândula mamária, principalmente durante o fim do período seco (colostrogênese), faz com que o tecido secretor seja mais propenso a desenvolver edema localizado devido ao aumento do fluxo sanguíneo e linfático. As causas não são muito bem definidas, mas sugere-se que possa ocorrer devido ao alto trabalho do fígado no periparto, quando o consumo é baixo e ocorre mobilização de reservas. Além disso, a doença tem se mostrado clinicamente mais grave e comum em primíparas do que em vacas mais velhas.
Outros fatores parecem estar associados com a incidência do edema, como as doenças clínicas, muito comuns no periparto. As vacas com edema são mais favoráveis a desenvolver mastite clínica no pós-parto imediato, assim como metrite e cistos ovarianos. Também, a seleção para a produção de leite ao longo dos anos contribuiu para o aumento da incidência do edema, já que existe uma correlação positiva entre a produção de leite e a ocorrência do edema de úbere.
Um estudo foi desenvolvido no Canadá em 3 fazendas comerciais, com 1346 vacas avaliadas durante um ano, com objetivo de determinar as associações do edema de úbere com a incidência de doenças, produção de leite e reprodução. Com base na avaliação visual e pontuação de uma escala de 0 a 3 (Figura 1) foi possível categorizar os animais, sendo 0 animais com nenhum edema apresentado e 3, a presença de grave edema de úbere. Essa avaliação é uma forma de categorizar os animais em três graus de apresentação do edema, o que facilita na aplicação do tratamento correto e monitoramento.
Sessenta e seis por cento das vacas tiveram edema de úbere pelo menos uma vez, e entre as vacas com edema uma semana antes do parto, 79% tiveram edema na terceira semana de parida. Esta pesquisa observou associação positiva do número de lactações com a incidência de edema, sendo mais frequente nas vacas de primeira cria. Também foi possível observar neste estudo, associação positiva do edema de úbere com a cetose e com o aumento das concentrações de ácidos graxos não esterificados. Essas situações acontecem nos quadros de intensa mobilização de reservas corporais durante o período de transição, principalmente porque o consumo é baixo frente à alta demanda de nutrientes para a produção de leite. Com relação à produção de leite, o edema pode se mostrar bastante prejudicial, pois foi confirmada a associação positiva com o maior risco de mastite clínica no início da lactação.
E a solução? É importante que o diagnostico seja feito corretamente para que possamos atuar rapidamente e não comprometer a saúde e o bem-estar do animal. No Brasil, um estudo em parceria da Ourofino com a UNESP de Jaboticabal avaliou a eficácia do Maxicam 2% no tratamento de edema de úbere para vacas de alta produção. A aplicação do Maxicam 2% foi realizada em dois momentos (no momento do parto e 24 horas após). Foi possível observar redução evidente no edema de úbere nos animais tratados a partir do primeiro dia de tratamento. O Maxicam 2% tem em sua composição o princípio ativo o Meloxicam que é um potente agente anti-inflamatório, seguro para ser utilizado no periparto e sem efeitos adversos, principalmente para o trato gastrointestinal.