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Verminoses em bovinos: inimiga silenciosa que causa grandes prejuízos ao produtor rural

O período das secas traz a maior preocupação ao produtor rural: o aumento da ocorrência de verminoses em bovinos. Considerada uma inimiga silenciosa, pois verminoses atingem bovinos de leite e de corte e traz grandes desvantagens aos produtores por comprometer a produtividade do rebanho, atrasando o crescimento e diminuindo a produção de carne e leite. Alguns animais podem morrer, em caso de contaminação severa.

A dica para evitar perdas na produção é estar atento ao rebanho para reconhecer como infecções e iniciar o protocolo de tratamento adequado. A utilização de medicamentos corretos e em períodos indicados é outro ponto essencial no. Isso evita o desperdício de produto e gastos desnecessários.

Acompanhe a leitura e saiba o que são verminoses, como são causadas, seus sintomas, forma de controle e atenção no manejo.

Prejuízos

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), visto que as verminoses bovinas podem reduzir de 20% a 30% a produção de leite e carne. Pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp), mostra que essas doenças causam prejuízo de 30 a 70 kg por ano em bovinos de corte.

Segundo os especialistas, quando o produtor não percebe as infecções, os animais passam vários meses perdendo peso, o que atrasa o desenvolvimento, por isso, a importância em ficar atento às infecções no rebanho para iniciar o protocolo de tratamento rapidamente.

Outros prejuízos ocorrem com o comprometimento da reprodução dos animais; interferência na absorção, com lesão da parede do intestino; hemorragia; anemia; diarreia; e desvio dos nutrientes. O exame de OPG (ovos por grama de fezes) determina qual é a gravidade da verminose, por isso, é uma ferramenta importante para o tratamento correto.

Agente causador

As verminoses são causadas por vermes, parasitos internos que se alimentam das vitaminas, proteínas, açúcares e sais minerais, ingeridas pelos animais, que são chamados de hospedeiros. Alguns vermes são sugadores, ou seja, tiram o sangue do hospedeiro para se alimentar, fazendo com que, principalmente, os mais jovens, sem resistência, apresentam forte anemia.

Na época seca, os bovinos estão sempre mais infectados. Nesse período, com a diminuição da quantidade e qualidade das pastagens, os problemas de verminoses se agravam e os animais perdem peso e têm menos resistência. É importante lembrar que os bovinos bem nutridos suportam os melhores efeitos das verminoses.

Verminoses clínica e subclínica

Existem dois tipos de verminoses, a clínica e subclínica. No primeiro caso, os animais apresentam sinais típicos. Elas ocorrem, porém, em 2% a 10% dos casos.

Já a subclínica verminose, presente na ampla maioria dos casos, não tem sinais clínicos típicos, por isso, muitas vezes o produtor não se dá conta que seu rebanho está infectado, aumento dos seus prejuízos.

Sintomas

Animais jovens e de raças europeus são mais susceptíveis a ocorrência de verminoses.

Segundo a Embrapa, os principais sintomas da doença são:

Bovinos tristes e abatidos;

Pelos secos e eriçados;

Abdômen aumentado;

Animais passam a se alimentar;

Emagrecimento progressivo durante muito tempo;

Desenvolvimento retardado;

Consumo de objetos como terra e madeira;

Diarreia e fezes escuras e às vezes com sangue;

Anemia acentuada e desidratação;

Morte.

Animais mais jovens são mais susceptíveis

De acordo com o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-PR), os animais jovens são mais susceptíveis aos vermes do que os adultos. Os bezerros, apesar de serem mais sensíveis aos efeitos das verminoses, correm menor risco de se contaminar, pois trouxeram na amamentação o colostro, que confere certo grau de proteção. Além disso, eles consomem pouca pastagem.

A fase do desmame até os 24-30 meses é a mais crítica dos efeitos das verminoses. Bois de engorda, vacas e touros indefinidos menos os efeitos das verminoses pelo grau de proteção adquirido ao longo do tempo de exposição aos parasitas. No final da prenhez e no início da lactação, os animais se tornam mais susceptíveis aos efeitos dos vermes. Todos os bovinos criados em sistema extensivo conhecido-se parasitados, em maior ou menor grau.

Controle estratégico

A aplicação de vermífugos deve ser feita a partir dos dois a três meses, até o desmame. Após esse período, o produtor deve fazer quatro vermifugações, a cada 60 ou 90 dias.

A primeira delas na segunda quinzena de abril até a primeira quinzena de maio – após vacinação contra febre aftosa;

A segunda, na primeira quinzena de julho;

A terceira, na segunda quinzena de agosto ou de setembro;

E a quarta, na primeira quinzena de dezembro.

Segundo a Embrapa, após algum tempo, a quarta vermifugação pode deixar de ser realizada, pois os animais devem manter a verminose controlada e a disponibilidade de forrageiras aumentada por causa do bom manejo, o que controlará a doença.

Em bovinos de corte, devido ao manejo diferente em áreas maiores, os bezerros devem ser vermifugados a partir do controle estratégico com as três primeiras vermifugações.

Cuidados no controle

Pesquisadores da Embrapa orientam alguns cuidados para o controle da verminose, como:

Não trocar de medicamentos com frequência;

Utilizar uma recomendação recomendada;

Vermifugar nas épocas certas de cada região;

Lembrar que vermífugo em excesso é prejuízo;

A higiene é importante e os dejetos do curral não podem ser fornecidos aos piquetes dos bezerros, sem antes curti-los;

Animais mais jovens têm menos resistência do que os adultos;

Os bovinos devem consumir água limpa e sem contaminação. Os bebedouros devem ser limpos com frequência e precisam ser desinfetados;

O criador deve recorrer a um laboratório de análises parasitológicas para verificar a situação do rebanho;

A orientação do médico-veterinário é muito importante sem controle.

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