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Rinotraqueíte infecciosa bovina: quais são os efeitos na saúde animal e as formas de prevenção da doença?

Como ocorre a contaminação da rinotraqueíte infecciosa bovina

Quando o bovino passa por situações estressantes, como parto, desmame e transporte, há uma redução da resistência imunológica do animal. Nesses momentos, o ruminante portador do vírus HVB-1 na forma latente – ou seja, quando está indetectável – pode reativar o vírus e, assim, transmitir para outros animais. As mucosas respiratórias e as genitais são os principais meios do vírus entrar no organismo e causar a rinotraqueíte infecciosa bovina.

Os efeitos da rinotraqueíte infecciosa bovina

O médico veterinário Sérgio Henrique, que é especialista em Sanidade Animal em Bovinos, afirma que, uma vez contaminado, o animal será para sempre portador do vírus HVP-1.  Esse, por sua vez, possui a capacidade de ser indetectável pelo sistema imunológico do bovino, podendo sair de sua forma latente perante uma situação de estresse. A partir desse momento, os sintomas passam a ser visíveis. “Em momentos específicos, o vírus sai da sua forma latente para ativa, causando lesões no sistema respiratório e abrindo portas para bactérias, que aproveitam desse momento lesionando ainda mais o pulmão e as vias aéreas superiores”, explica o médico veterinário. 

Ao ser infectado pelo vírus da rinotraqueite infecciosa bovina, o animal pode apresentar sintomas do trato respiratório, como dispneia, aumento da frequência respiratória, corrimento nasal seroso, mucopurulento ou até com sangue. Além dos sinais clínicos respiratórios, o vírus também pode se manifestar de forma genital, a depender da via de transmissão. Por isso, os sintomas podem incluir queda da produção de leite, infertilidade e abortos.

O que fazer com o animal infectado com rinotraqueíte infecciosa bovina

Colocar o bovino em quarentena é uma medida necessária para evitar a propagação da doença no resto do rebanho. Segundo Sérgio Henrique, o abate do animal é indicado em pequenas propriedades nas quais os exames sorológicos possam detectar o bando doente para exterminar a rinotraqueíte bovina. “Mas existe a possibilidade dos exames realizados serem falso-positivo ou falso-negativo e a interpretação do médico veterinário é essencial nesse momento. Devido às bactérias, é indicado o uso de medicamentos, como antibiótico, a fim de minimizar os danos e possíveis sequelas”, afirma.

Rinotraqueíte infecciosa bovina impacta economicamente a produção de leite e de carne

Como todo animal infectado se torna portador do vírus, os casos de rinotraqueíte infecciosa bovina são uma preocupação constante para a fazenda. Principalmente os sintomas relacionados à reprodução, como a infertilidade, representam um prejuízo significativo para a produção. De acordo com o médico veterinário, a baixa conversão alimentar é um dos maiores impactos econômicos provocados pelo HVB-1 por resultar na redução da produção de leite e do ganho de peso do animal. Outro ponto que merece ser citado é o descarte de leite por conta do uso de remédios e do tempo de carência para o abate. “Alguns estudos mostram que existe um gasto de 13 dólares por animal”, complementa Sérgio Henrique. Para evitar tais perdas de produtividade, a propriedade deve sempre garantir uma estratégia preventiva contra a doença.

Vacina contra rinotraqueíte infecciosa bovina é a melhor forma de prevenção da doença

Assim como em outras doenças provocadas por um vírus, a rinotraqueíte infecciosa bovina também pode ser prevenida com a vacinação. “O uso de vacinas é uma das estratégias com o melhor custo/ benefício, de forma que ela diminuirá os impactos que a doença pode causar”, explica Sérgio Henrique. As substâncias selenato de sódio e timerosal são indicadas para a vacinação de bovinos saudáveis, auxiliando na prevenção da da IBR e também de outras doenças, como a diarreia viral bovina (BVD) e a leptospirose dos bovinos.

Além disso, o médico veterinário também recomenda outras medidas de prevenção da rinotraqueíte infecciosa bovina. “Prevenir o estado ativo do vírus com medidas sanitárias bem estabelecidas, manejar os animais de forma adequada e sem estresse e dieta equilibrada. Quando realizar inseminação artificial ou monta natural em suas vacas, testar o sêmen e o touro contra HVB-1 são primordiais para o sucesso contra o vírus”, recomenda.

* Sérgio Henrique A. dos Santos (CRMV-MG 23673) é formado em Medicina Veterinária pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e pós-graduado em Sanidade Animal em Bovinos – FAZU.

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