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PODRIDÃO FLORAL DOS CITROS

O QUE É PODRIDÃO FLORAL ?

A podridão floral dos citros (PFC) é uma doença causada por fungos que afetam as flores de citros. A doença também é chamada de “queda prematura de frutos cítricos”, “estrelinha” ou “Colletotrichum”. Em outros países a doença é denominada “Postblom fruit drop (PFD)” ou “Blossom blight”.

Importância
Em publicações internacionais, a doença é denominada “postblom fruit drop (PFD)” ou “blossom blight”. A podridão floral é uma das mais importantes doenças fúngicas da cultura dos citros nas Américas devido aos enormes prejuízos causados aos pomares de diferentes espécies e variedades. As perdas variam em função da quantidade e distribuição de chuvas durante o período de florescimento. A redução da produção dos pomares de laranjas doces pode ser de até 85%.

Agentes causais

A doença é causada por diferentes espécies de fungos dos complexos Colletotrichum acutatum e C. gloeosporioides, sendo a principal espécie C. abscissum, que pertence ao complexo C. acutatum. No estado de São Paulo, mais de 80% das lesões de podridão floral são causadas por espécies do complexo C. acutatum.

Hospedeiros

A podridão floral afeta praticamente todas as variedades comerciais de citros. A taxa de expansão da lesão ou intensidade dos sintomas em pétalas das diferentes espécies é pouco variável. As flores de laranja doce, independentemente da variedade, apresentaram suscetibilidades semelhantes ao patógeno. Entretanto, a doença tem causado danos mais severos em laranja doce ‘Natal’ e em variedades que apresentam vários surtos de florescimento, como ‘Pera’, ‘Bahia’ e ‘Baianinha’.

Grandes prejuízos também têm sido reportados em limões e limas ácidas. A laranja doce ‘Valência’ e os tangelos apresentam danos moderados, enquanto a laranja ‘Hamlin’ e outras precoces, bem como os pomelos, em geral apresentam menos problemas relacionados à podridão floral. Dependendo do porta-enxerto e das condições ambientais, o período de florescimento de uma mesma variedade de copa pode ser antecipado ou retardado, interferindo na intensidade da doença.


Danos e perdas

Os danos causados pela podridão floral estão associados ao número de eventos consecutivos de chuvas com períodos de molhamento prolongados. As epidemias da doença são explosivas quando esses períodos de molhamento ocorrem várias vezes durante o florescimento.

No Brasil, a doença tem ocorrido nas diferentes regiões e estados que produzem citros. No estado de São Paulo, a doença causou prejuízos principalmente nas décadas de 1970 e 1990. No florescimento de 2009, as condições climáticas foram muito favoráveis, e a doença afetou pomares em todo o estado, principalmente no sudoeste paulista. Na Flórida, Estados Unidos, a doença causou severos danos na década de 1990. Na América Central, a doença tem causado problemas em pomares de citros de diferentes países.

Os primeiros sintomas podem aparecer de dois a sete dias após a infecção. Inicialmente, formam-se lesões alaranjadas nas pétalas e lesões negras no estigma e estilete. Os frutinhos recém-formados ficam amarelecidos e caem prematuramente. Após a queda dos frutos, os cálices permanecem retidos nos ramos por vários meses e são popularmente chamados de “estrelinhas”. Podem ocorrer estas formações mesmo em botões nos quais não foram visualizados sintomas nas flores. Além da queda dos frutos, as folhas localizadas próximas aos botões florais contaminados ficam distorcidas. Em geral, as flores infectadas vão apresentar abscisão do fruto e retenção do cálice, porém algumas flores podem ser infectadas – nesses casos, os frutos caem prematuramente, mas os cálices não ficam retidos no ramo.

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