Novas tecnologias no manejo da produção leiteira para reduzir desperdícios e reduzir custos é cada vez mais imprescindível nas fazendas. Pensando nisso, a aluna Kethlen Aguiar, da Academia do Leite/FUNDAÇÃO ROGE criou o protótipo de um bebedouro de abastecimento automático e de baixo custo.
Em trabalho de pesquisa, a aluna destacou que a fase da criação das bezerras é um importante investimento na produção futura de leite e que merece grande atenção, o que inclui os cuidados com a alimentação e o bem estar, enfatizando o fornecimento contanto de água limpa e fresca, em bebedouros cuja limpeza seja constante.
Considerando a possibilidade de modernização dos processos de manejo nas fazendas, Kethlen afirma que “É preciso ressaltar que não importa qual seja o tamanho da fazenda, sendo que o objetivo dessas tecnologias é contribuir para a redução do tempo de realização do manejo, garantindo a mesma ou melhor eficiência produtiva”.
No fornecimento de água às bezerras, foi apresentado no trabalho que existem diferentes tipos de bebedouros no mercado, mas que um grande número de propriedades utiliza os baldes para este fim e para o fornecimento de leite.
“Comparado a outros sistemas, o uso do balde exige tempo e dedicação de mão-de-obra tanto na limpeza quanto no enchimento frequente para a disponibilidade da água sempre fresca e limpa”, observou a aluna que criou o fluxo abaixo para esclarecer este ciclo de atividades:
Geralmente, o abastecimento é feito duas vezes ao dia, o enchimento é através de uma mangueira, e é comum ser necessário retirar o balde para esvaziar, limpar e depois encher, o que toma um tempo considerável na rotina dos responsáveis.
A finalidade do protótipo
A partir desta análise da possibilidade de redução do tempo de mão-de-obra na limpeza e abastecimento dos bebedouros, Kethlen fez um levantamento de informações em propriedades leiteiras e idealizou um modelo de bebedouro capaz de reduzir tempo de manejo e custos com materiais para sua construção e implementação.
O modelo do bebedouro
O protótipo criado considerou as estruturas apresentadas nas figuras abaixo:
Bebedouro de PVC
Condução da água para os equipamentos
Custos de montagem
O cálculo de preços dos materiais foi realizado no segundo semestre de 2020, apresentando o investimento final de R$ 159,73 para a construção de um bebedouro de um metro.
A ingestão de água feita pelos bovinos não é somente por meio de ingestão propriamente dita, os alimentos possuem uma taxa de água que acaba sendo uma “ingestão forçada” da mesma (WALDNER; LOOPER, 2005 apud PEREIRA; PATERNIANI; DEMARCHI, 2009).
No mercado existem tipos de bebedouros disponíveis para o fornecimento de água aos bezerros. No entanto, é notável que uma considerável parcela das propriedades utilizam o balde, e em algumas utilizam o mesmo balde também para o fornecimento de leite. Comparado a outros sistemas, o uso do balde exige tempo e dedicação de mão-de-obra tanto na limpeza quanto no enchimento frequente para a disponibilidade da água sempre fresca e limpa.
Outro método utilizado para o fornecimento de água é o bebedouro tipo bico (Figura 1); apesar de ser mais utilizado para porcos, algumas propriedades optam por instalar este sistema também para os bezerros, pois neste meio a água é fornecida diretamente por canos de plástico. De acordo com Peres (2001), alguns produtores cobrem estes bicos com tetos de borracha que se utiliza nas mamadeiras para facilitar seu uso.
SISTEMA DE FORNECIMENTO DE ÁGUA PARA BEZERRAS COM USO DE BALDES
Na figura 3 é demonstrado um sistema de fornecimento de água através de baldes com bebedouro de 10 litros; esses baldes são enchidos duas vezes ao dia com ajuda de uma mangueira. Como ponto de melhoria pode-se citar a forma de manejo desses baldes, onde é necessário fazer a higienização dos mesmos e encher um a um o que leva tempo, pois há necessidade que o balde seja retirado da baia para
limpeza e depois encher o balde recolocando-o para as bezerras.
Figura 5 apresenta-se o bezerreiro na parte de baixo, sendo a capacidade máxima de cada baia também de duas bezerras. Baldes para alimentação de bezerras no período de desmama suspenso e balde para mistura de água quente mais fria mais sucedâneo para o fornecimento às bezerras.
BEBEDOURO DE PVC
Na figura 6 apresenta-se a figura do protótipo do bebedouro onde há uma tampa para proteção da boia, pois por conta das bezerras serem curiosas evitará que danifiquem o sistema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Conforme citado por Thiago (2004), o uso de bebedouros automáticos reduz diversos problemas. Portanto pode-se confirmar que o sistema de bebedouro PVC reduzirá a chance da água parada ser uma fonte de contaminação ficando mais difícil o surgimento de doenças como: Verminoses, Botulismo e Cisticercose.
A figura 8 demonstra um exemplo de implantação do bebedouro de PVC nas baias de baixo (Linha vermelha), sendo necessário a passagem de uma mangueira de água natural acoplada ao moerão de cima para realizar a fixação do mesmo (Linha azul).